domingo, 20 de junho de 2010

Por uma vida, todo sacrifício é dever.


Londrina é considerada a terceira maior cidade da região sul do país. O município abriga 510.707 habitantes, muitos nascidos aqui, outros pé vermelhos de coração. A cidade já não é a mesma, cresceu, modernizou – se.
 Hoje a vida do londrinense é marcada pela correria do dia – a – dia, devido ao estudo e trabalho. Para sair um pouco da rotina muitos aproveitam o fim de semana para descansar, namorar ou ir pra balada, mas enquanto uns descansam outros trabalham ou melhor preservam vidas 24 horas por dia. Este trabalho difícil é feito pelo Corpo de Bombeiros.
De domingo à domingo o telefone não para de tocar, porém, é a partir de sexta-feira que o trabalho fica mais intenso. Os motivos vão desde acidente de trânsito à violência pessoal. Todos os telefonemas passam por uma triagem e em alguns casos não há a necessidade do bombeiro se deslocar, quando o problema é resolvido pelo telefone.È preciso ter calma e paciência.
Em Londrina, além do quartel localizado na rua Jaguaribe, há outros quatro postos espalhados pela zona norte, sul, Jd. Tókio, e Jd. Igapó. O efetivo também conta com quatro ambulâncias e cinco caminhões para a realização do serviço. Por turno trabalham cerca de 36 bombeiros que se revezam por escalas. Os socorristas do Siate trabalham em turno de 10 horas e descansam um dias, 12 horas e descansam 48 horas, já os outros bombeiros trabalham 24 horas e tem a mesma folga.
Nós do blog Hipertexto acompanhamos por duas horas o trabalho desses homens. Apesar de sexta-feira à noite ser considerado o dia de muito trabalho para os bombeiros, tivemos uma noite relativamente tranqüila.
A primeira ocorrência ou melhor o primeiro telefonema muito comum, era trote, depois de algum tempo surgiram outras ligações: uma era incêndio florestal e a outra ocorrência uma suposta vítima de arma de fogo na zona norte da cidade.
Fomos recebidos pelo sargento Machado, responsável por nos mostrar o quartel e um pouco do que é ser bombeiro.
Será que existe bombeiro com medo de altura? E como é estar sujeito ao imprevisto sendo filho, irmão, pai, marido ou namorado? De acordo com Machado, era comum alguns bombeiros com mais de 20 anos de serviço terem medo de altura, mas serem muito bons em outras áreas. Já em relação a ser bombeiro eis o lema: Por uma vida, todo sacrifício é dever.
Dever às vezes impossível de cumprir, segundo o subtenente Figueiredo, bombeiro há 28 anos, ele jamais esqueceu um pedido de socorro, do qual não pode fazer nada. “Eu era chefe de guarnição, era troca de turno, a sirene disparou o bombeiro que deveria ficar no meu lugar não chegou a tempo e eu fui atender a ocorrência, uma casa de alvenaria pegou fogo e dentro tinha duas crianças uma de 9 anos e outra de 11 anos de idade,os pais saíram para trabalhar e deixaram a casa trancada, as crianças gritavam, a gente do lado de fora sem poder fazer nada. Elas morreram, eu fiquei uma semana sem dormir direito. Até onde o nosso corpo agüenta somos pessoas normais, depois disso somos bombeiros, lembra”.
Os bombeiros também têm dificuldades e limitações, uma delas é em relação à falta de efetivo necessário para atender todas as ocorrências. Segundo o protocolo, o correto seria ter cinco bombeiros no caminhão - responsável pelo atendimento a população – ao invés de três, isso sem falar da falta de compreensão das pessoas, pois de acordo com Machado, muitas vezes todos os carros estão na rua atendendo várias ocorrências e por isso às vezes há um pequeno atraso no atendimento.
Qual é o menino que nunca pensou em ser bombeiro? Muitos, mas são poucos os que concretizam esse sonho, desses quase nenhum abre mão da profissão, independente de status ou remuneração, são bombeiros por que sentem prazer em ajudar o próximo. Sergio Pereira de Brito é bombeiro militar há 20 anos e desde 1995 é socorrista do Siate. Para ele é gratificante ser bombeiro e se pudesse trabalharia até ficar bem velhinho. “O socorrista trabalha mais por que se trata de vidas humanas, o serviço deve sair com 100% de êxito. È gratificante apesar de algumas vezes ser trabalhoso, mas a gente fica feliz em ajudar o próximo,”afirma.
Assim como Brito, Rafael Ferla Martins, mais conhecido como soldado Martins, também é socorrista do Siate, faz cinco anos que é bombeiro e não trocaria de profissão por nada. “Ser bombeiro é a realização de um sonho, apesar da dificuldade, vale a pena,” relata.
Para quem quer conhecer um pouco mais dessa profissão, basta entrar em contato com o posto central e agendar uma visita ou então acessar o site: www.bombeiroslondrina.com.br.


Thaís Bernardo
Fotos: Lucas martins 
Arquivo CB

3 Comentários:

Unknown disse...

otima matéria, ficou show.
parabens

Jornal Noturno disse...

Com certeza! Valeu ter passado por toda a burocracia (preenchendo documentos e autorizações) para gerar um material de fôlego desses! Parabenzaço do Scada!

Jornal Noturno disse...

Parabéns Tatá, muito profissionalismo.
Bjo
Dulce

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