sábado, 22 de maio de 2010

"The Economist" alerta para risco de crescimento desenfreado da economia brasileira; Dilma Roussef rebate as críticas

A revista britânica "The Economist" alertou em um artigo publicado nesta quinta-feira (20), que o nível de crescimento da economia brasileira pode se tornar insustentável. Segundo a revista, o fato de que a economia brasileira pode estar crescendo em uma velocidade comparada ao crescimento chinês é um problema, pois "o Brasil não é a China".

Na avaliação da agência Standard & Poor's, a economia brasileira deve crescer 6% este ano. A "Economist" adverte que "a maioria dos economistas acredita que a velocidade de crescimento deve ser limitada a 5% no máximo, para não entrar em colapso".

"Certamente muitos europeus amariam ter os problemas do Brasil. A economia (brasileira) ganhou crescimento fundamentado. As empresas estão correndo para atender à demanda por bens de consumo da classe média baixa, enquanto a China continua comprando produtos brasileiros em larga escala. No entanto, os preços das commodities estão começando a enfraquecer", acredita a "Economist".

O artigo cita que os incentivos fiscais do governo impulsionaram a economia brasileira durante a crise, mas o problema reside “no fato de o Brasil economizar e investir pouco” e que grande parte dos gastos adicionais do governo se tornaram permanentes “como aceleradores dos carros da Toyota, grudados ao chão", em uma alusão aos problemas de freio apresentados em determinados modelos fabricados pela montadora japonesa.

Para a revista, o franco crescimento seria melhor assegurado se o governo abrisse caminho para a queda dos juros de empréstimo (gastando menos) e investisse em melhor infra-estrutura. O texto ainda lembra que a inflação nos últimos 12 meses foi de 5,3%, acima da meta de 4,5% do Banco Central e que, neste ano, as importações irão superar as exportações pela primeira vez desde 2000.

Em Nova York, após uma apresentação em um evento sobre as eleições, organizado pela BM&F-Bovespa, Dilma Roussef rebateu as críticas da revista, afirmando que o Brasil "tem freio" para controlar a economia.

"Não dá para dizer que a economia esteja fora de controle. Devemos crescer a uma taxa média de 6%, com US$ 250 bilhões em reservas. Controlamos os gastos. O déficit está em 3,3%. Nossa relação dívida-PIB é de 42,9%. E a inflação foi controlada. Eles esquecem de citar essas partes", disse a pré-candidata do PT.

"Um carro desenfreado não tem freio, o nosso (país) tem. Ele tem US$ 250 milhões de reservas acumuladas. Um carro desenfreado não tem uma trajetória fiscal que nós temos", afirmou.

A petista rejeitou a afirmação de que o governo esteja relaxando no controle fiscal para facilitar a sua eleição. "Onde já se viu um motorista que sobe juros" na época da eleição, questionou Dilma, voltando ao exemplo do carro usado pela "The Economist".

- Fernando Silva

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