quarta-feira, 5 de maio de 2010

Agricultura fecha ano com três secretários

Políticas em longo prazo e integração cidade-campo estão previstas no plano bianual do município


Em se tratando de agricultura, o primeiro ano de mandato do prefeito Barbosa Neto foi regido para os moradores urbanos e das zonas rurais. As políticas agrícolas caminham para o desenvolvimento. No secretariado, o prefeito buscou entre os aliados novos ocupantes da cadeira. Já são três secretários de Agricultura. Entre as ações, destacam-se os investimentos em segurança, reparos nas estradas rurais, criação dos Telecentros, o projeto de criação do Restaurante Popular, que deverá ser mantido com produtos do cinturão verde do município, os primeiros passos para o desenvolvimento sustentável em alguns bairros, entre outras "medidas sob medida" para o cidadão. Pouco se fez pensando no planejamento agronômico do município.


Porém, ao investir em segurança, a prefeitura criou as patrulhas rurais, que muito valem para a reflexão sobre a ubiquidade da violência no município. Os Telecentros, cujo objetivo é permitir a inclusão, trazem o morador dos bairros e distritos para a realidade da cidade, em especial os estudantes, porém o projeto ainda está longe de incluir os trabalhadores rurais. Hortas comunitárias foram inauguradas e houve grande movimentação cultural nos distritos e bairros rurais pelas diversas festas.

Os três secretários.

Gervásio Vieira, que se adaptava ao governo de Barbosa Neto, vinha fazendo bons contatos e uma tentativa de integrar campo e cidade, deixou o cargo na busca de uma vaga no legislativo. Carlos Hirooka, que é ex- chefe do Núcleo Regional de Londrina da Secretaria de Agricultura (1983-1988), ex-assessor da Secretaria, agora é ex-secretário de Agricultura do município. O engenheiro agrônomo foi substituído pela nutricionista Marisol Chiesa, que está enfrentando pressões de órgãos locais e estaduais de engenharia para deixar a pasta. Alega-se que a professora não estaria preparada para ocupar o cargo por não ser agrônoma. Já que ela entende, e muito, de alimentos, o prefeito pode contar com a secretária para concluir seu principal plano de integração lavoura-município: a construção do Restaurante Popular, um projeto que conta com repasse do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS).

A crise vivenciada na Secretaria apenas demonstra que as potencialidades políticas estão por despertar, alinhando-se à instabilidade que típica do setor agropecuário. Com a dança das cadeiras na Secretaria da Agricultura e Abastecimento, fica o produtor e os órgãos responsáveis pelo ensino, pesquisa e extensão sem saber para onde segue o vento.

O ano passou como uma safra e deixa muitas expectativas. Numa pesquisa realizada pelo Instituto Portinari entre os dias 30 de abril e 2 de maio e publicada hoje (5 de maio) no portal Bonde, 58,5% dos entrevistados acreditam que em três anos a cidade terá mudado para melhor.

Das ações identificadas como necessárias no Plano Plurianual do município para a Secretaria de Agricultura, as alternativas de geração de renda estão a caminho. Com a criação do Restaurante Popular, a prefeitura pretende gerar renda para o produtor da região, responsável por cerca de 70% dos alimentos consumidos no município.

A organização dos agricultores familiares é outra meta da Secretaria. Essa estratégia também vem sendo abordada pelo Governo do Estado, porém poucas ações concretas podem ser identificadas. A cidade continua sem um banco de dados adequado da área rural, que possa ser acessado e monitorado e, quanto aos projetos para reposição da Mata Ciliar e de reserva legal, sabe-se que um Plano Emergencial de Arborização vem sendo conduzido pela Secretaria Municipal do Ambiente.

Ainda segundo o Bonde, 56,5% dos londrinenses consideraram que a cidade está igual ao que estava no ano passado, isto é, sem grandes avanços. Infelizmente a agricultura não aparece entre as áreas citadas pelos londrinenses na pesquisa. Levanta-se então uma questão: é a agricultura objeto de interesse e política administrativa na visão dos cidadãos não agricultores?

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