``Alice`` estréia no Brasil

 Em março (mês nem tão propício ao mercado cinematográfico) , Alice no País das Maravilhas, de Tim Burton, produção da Disney, conseguiu bater o recorde de bilheteria e arrecadar US$ 116 milhões pelo mundo. Nesse clima, o filme estréia no Brasil e promete bater recordes também por aqui.
Neste primeiro final de semana de exibição do longa em Londrina, a fila na bilheteria para a compra do ingresso demonstrava a ansiosidade do público em ver o resultado das novas e inusitadas associações presentes no longa: uma produção de Tim Burton financiada pela Disney, que de fato, diverge da figura do diretor em muitos aspectos; uma nova versão do famoso livro de Lewis Carroll que promete ser diferente; um filme em 3D com a atuação de Jonny Depp, parceiro de longa data de Burton e enfim, a expectativa por um enredo com profundidade.
Talvez a conjugação de todos esses fatores resultaram em algo realmente novo. O estilo de Tim Burton, inegavelmente presente no filme, ganhou novas nuances (seria concessão ou auto permissão criativa?). A versão é sim diferente, mais nas cores e formas do que na densidade dos diálogos ou contradição dos personagens.
O filme mostra que a fantasia é real, bem como prova que a realidade pode ser fantástica. E esse é o aspecto que liga Alice no País das Maravilhas aos outros filmes de Tim Burton. O mergulho de Alice, de sua realidade fantasiada ao subterrâneo, talvez seja o mesmo do diretor, que resolveu se procurar em um mundo totalmente mágico, repleto de criaturas fantásticas.

Uma ressalva: Em Londrina, onde existem duas salas 3D, o filme está dublado em uma delas e na outra (legendado) somente os últimos horários estão disponíveis. Apenas nos resta (para os que dependem do transporte público) a ingrata decisão de ou assistir em 3D ou assistir o filme legendado. Se considerarmos que uma das características fundamentais dos diálogos são os neologismos dos personagens, além das rimas do Chapeleiro Louco, acredito que muita coisa se perdeu na dublagem ...
Márcia Malcher